FONTE:http://www.sabotagem.revolt.org/node/628
Enviado por Sabotagem em 13 Junho, 2007 - 11:34am.
Por Ana - CMI Portugal,
As expectativas e ansiedades são tão grandes que quase não cabem no nosso peito. Da nossa boca saem palavras de ordem com uma força que pensamos ser impossível de vivenciar. Porque somos muitos a gritar ao mesmo tempo, porque fazem sentido, porque esperamos muito tempo dos nossos dias para dizê-las assim e de outras maneiras, através das escolhas e atitudes que tomamos.
Nunca tinha me manifestado ao lado, atrás e à frente de tanta gente. 80 mil pessoas na primeira manifestação. Arrepiava-me constantemente com a creatividade de coletivos vindos de todo o mundo trazendo bandeiras pretas e vermelhas, verdes e vermelhas, da paz, anti-fascistas, com as caveiras de piratas. Porque no fundo era assim que nos sentíamos, mesmo aqueles que não estavam ligados a nenhuma sub-cultura punk, straightage, hippie...há toda essa gente: crianças grandes e pequenas, adultos, velhotes, desempregados, trabalhadores, imigrantes, todos revolucionários! todos!
Fazer parte desta manifestação e de todas as outras foi uma inspiração tão grande para trazer para cá. Temos tanto para fazer e não há tempo a perder!
Nos acampamentos ainda dava para perceber melhor como a familia era tão grande, montes de tendas e mais bandeiras e mosquitinhos com workshops e treinos de como bloquear estradas e a própria polícia. Ali, não se sentia medo! Dava para sentir a magia incrivel de poder viver o que sempre quisemos e saber que é só se ultrapassar uns quantos muros e fronteiras e temos um mundo livre. Mesmo que se chore como eu chorei de medo, de ansiedade, de novidade, há alguém ao teu lado que não te deixa viver isso sozinho.
Os bloqueios são a experiência mais ilustrativa do que acabo de dizer. Onde nos sentimos verdadeiros pela paz, pelo mundo. Quando sentimos um verdadeiro espírito da natureza lutando com nossas próprias mãos por nós e pelos lugares onde nascesmos, é tão maravilhoso que seriam precisas mil vidas para se descobrir.
Não há melhor de tudo porque tudo é o melhor até o terror da polícia te faz perceber que és capaz, que somos capazes, que está tudo ao nosso alcance. Pela primeira vez na história do g8, todas as entradas terrestres foram bloqueadas e os delegados não puderam comparecer na conferência. Aos poucos, as mídia vão percebendo que não podem mais nos encaixotar em prateleiras de sub-cultura bêbada e drogada. Nós somos, vivemos e fazemos. Por isso é tão urgente manter o espírito na rotina desgastante do dia a dia, porque ela não tem que ser. Pode ter o nome quiseres dar. É urgente a criação de mais centros sociais, mais atividades populares mais rebeldia criativa que dê frutos, mais respingar, menos dormir, mais acordar.
Eu estive lá e agora estou aqui, mas a vontade só ficou mais acesa. De tornar o capitalismo história e perceber algumas coisas importantes! ele já era...Já não faz, nunca fez sentido. Ninguém manda em ti. Tu sonhas tu sentes. Eu sonho, eu sinto, eu sou. Ninguém me tira isto, nasceu comigo.
viva o mundo libertário!
Recebido por e-mail de
ativistas do Indymedia Português,
Olá, amigos/as.
Não vos peço que enviem este email a 30.000 pessoas, mas antes a 1 ou 2. Se o fizerem, este texto valerá a pena.
É essencial que todos percebam o que se passou nesta última conferência dos G8, e a forma que a mídia corporativa arranjou para não passar a verdade
Eu e milhares de outras pessoas estivemos lá, e a censura tenta por todos os meios apagar a nossa presença das páginas da História.
Não conseguirão.
Primeiro que tudo, examinemos a nossa presunção de ter realizado algo que mereça estar nos futuros livros de história:
- Nós bloqueamos por terra e de forma efetiva a reunião do Grupo dos 8 estados capitalistas mais poderosos.
- Nós enfrentamos uma força policial e repressiva que se mostrou sempre brutal e que usou de toda a repressão e mentira para nos parar. Falamos de mais de 16.000 policiais, da maior operação policial de sempre na Alemanha para impedir que milhares de pessoas demonstrassem o seu desagrado para com uma organização que é apenas o rosto da política criminosa que hoje domina o mundo.
- Juntamos centenas de organizações e de opiniões diferentes e mais uma vez (este é um movimento que continua crescendo) juntamo-nos todos contra um inimigo comum.
- Nós fomos pacíficos até os limites da nossa resistência. Pelo contrário, a TV passou uma imagem de manifestantes violentos que pouco ou nada teve a ver com a realidade.
Cacetetes, que vinham juntos com as armaduras policiais, murros, ofensas verbais, gás lacrimogêneo, gás pimenta, cargas a cavalo, cães policiais, helicópteros que nos sobrevoaram por 24 horas (ruído incessante), ameaças veladas, prisões não autorizadas, abusos de poder e todo o tipo de inconstitucionalidades. Tudo isto para além da censura e desinformação da mídia corporativa, que nos apelidaram de terroristas, jovens agressores, black bloc, jovens de negro, etc etc etc. Enquanto nos filmavam incessantemente com suas câmeras para que depois pudessem invadir nossas casas e okupas e arrastar-nos para uma prisão qualquer perdida no meio do nada como vêm fazendo desde Gênova-2001 na Europa.
É fato que os bloqueamos. Todas as comitivas tiveram que ir de Helicópteros militares de transporte e algumas de lancha. Ao fim do segundo dia de bloqueios, comitivas dos G8 ainda voltavam atrás, para o aeroporto ou para o hotel, impossibilitadas de chegar àquela área aprisionada que se tornou Heiligendamm.
Os nossos bloqueios foram pacíficos. Sempre que éramos violentamente expulsos pela polícia, voltávamos à estrada como fizemos vezes sem conta até a polícia começar a desistir, a deixar-nos em paz. Nos instalamos nas entradas daquela prisão e lá ficamos. Gritamos "Block G8!", "This is What Democracy Looks Like!", "A, Anti-Capitalista!" entre outros.
Ao fim de dois dias, a polícia vestida em armaduras tiradas da idade média, já não conseguia correr atrás de nós. Os homens dentro dessas armaduras suavam e desejavam voltar para casa. Estavam cansados de bater, de empurrar, de estar de pé sob o sol escaldante desses 2 dias - Nós não.
Que notícias ouviram no Brasil? Que notícias o mundo para além da Alemanha terá ouvido? Alguém sabe o que se passou, para além das 100 ou 200 pessoas que tiveram a coragem de pegar em pedras para evitar que os 80.000 fossem esmagados por uma carga policial, que não escolhia alvos?
Já repararam que na nossa mídia corporativa, poucas notícias passaram acerca do próprio encontro?
Futebol, criancinha raptada, mais futebol, noticiários de 1h15, jornais mentirosos - uma fachada de censura e desinformação.
Agora nós estamos preparados.
Agora estamos por todos os lados.
Estamos vencendo!
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Um comentário:
"Este é o fantástico sentimento universal de estarmos agindo bem.. de estarmos ganhando... A inevitável vitória sobre as forças do mal... não num sentido militar ou mesquinho.. nossa energia triunfará simplesmente.."
Hunter S. Thompson
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