sexta-feira, 4 de setembro de 2009

FUJAM, A (falta de)cultura nacional ataca novamente

COLLOR IMORTAL

Sem livros publicados, Collor deve ser eleito para a Academia Alagoana de Letras

Sem nenhum livro no currículo, o senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) deve ser eleito o novo imortal da Academia Alagoana de Letras (AAL) nesta quarta-feira (2). O ex-presidente aparece como candidato único à cadeira 20, que tem como patrono Augusto de Oliveira. A vaga era ocupada pelo então presidente da AAL, Ib Gatto Falcão, que morreu em dezembro de 2008.

A votação dos 40 acadêmicos está marcada para as 10h, na sede da AAL, no centro de Maceió. Aos 60 anos e natural do Rio de Janeiro, Collor se candidatou à vaga apostando no argumento de que pretende escrever um livro - onde deve contar detalhes sobre o impeachment que sofreu em 1992.

No material enviado aos imortais alagoanos, além do esboço do livro, estão discursos e artigos publicados por Collor sobre diversos temas. Segundo as normas da AAL, nem o público, nem a imprensa podem assistir à sessão.

Imortal sugere Collor para ABL
A tendência é que Fernando Collor seja eleito com folga. O presidente da AAL, o médico Milton Ênio, é amigo antigo da família Collor e já declarou irrestrito apoio à eleição do senador.

Já o imortal Ledo Ivo, único integrante das academias alagoana e brasileira de Letras, não só apoia Collor como sugere uma indicação nacional. "Ele tem qualidades para ser indicado e eleito pela ABL [Academia Brasileira de Letras]", disse o escritor, do Rio de Janeiro, ao UOL Notícias.

Para justificar a escolha de Collor, Ledo Ivo cita a "brilhante carreira como político" e diz que o impeachment é um incidente superado. "Aquilo não manchou sua carreira, pois Fernando Collor está aí no Senado", afirmou.

Ivo, que mora no Rio, diz que não irá à eleição desta quarta-feira, mas já enviou o voto favorável ao ex-presidente. Ele espera uma votação unânime. "Ele é uma excelente indicação. Fernando Collor tem todas as qualificações de acordo com as normas da Academia Francesa, a qual a Academia de Alagoas tem como base. Os imortais podem ter referências literárias e expoentes de outros setores. Temos um padre na academia; Sarney faz parte da ABL, entre outras personalidades", alega o escritor.

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