terça-feira, 28 de abril de 2009

Marcha da Maconha


A legalização da Cannabis sativa tomou a cabeça de cerca de 200 manifestantes, entre usuários e pessoas favoráveis à descriminalização, na Marcha da Maconha, no Arpoador, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, no domingo.

A estudante e cantora Lucília Perrone, de 29 anos, optou em ir com a máscara atrás da cabeça, porque “tem o direito de mostrar o rosto”. Ela disse que fuma maconha há um ano, e se sente mal em ter que comprar a droga com traficantes. “Até evito fumar para não alimentar a violência”, justificou. Para ela, com a legalização, o Estado vai poder arrecadar imposto.

Secretário estadual de Ambiente e notório defensor de políticas públicas de descriminalização das drogas, Carlos Minc disse que foi à passeata como cidadão. Para ele, os traficantes de drogas estão cada vez mais fortes, e a legalização é uma opção para diminuir esse poder paralelo. “Não se pode responsabilizar o consumidor pelo que acontece na criminalidade”, afirma.

Moradores de Ipanema como a aposentada Neusa Guimarães, 75, também se opuseram à marcha com medo da insegurança. “Muita rapaziada vem até para roubar. A legalização incentiva a mocidade a ficar viciada”, argumenta a aposentada.

No que se refere ao incentivo do consumo, o assessor parlamentar da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), José Mynssen Moraes, 65, discorda radicalmente da aposentada. “Todos meus filhos tiveram oportunidade de fumar maconha. Fumar um baseado e ir namorar é melhor. Traz equilíbrio emocional”, defende Moraes, que se gaba de ter fumado maconha pela primeira vez no Morro da Mangueira, em 1962.

E a repressão continua:

A Marcha da Maconha está proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestações que acontecem em outros 19 países. A Justiça proibiu a manifestação, marcada para este domingo (4), em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

A Marcha deve acontecer apenas em Recife (PE). Segundo o site Marcha da Maconha Brasil 2008, a manifestação vai ocorrer em praça pública às 14h.

Um dos organizadores entrevistado pelo G1, Marco Sayão Magri, diz que está surpreso, mas que esperava por isso.

"Eles sempre deixam para a última hora para a gente não conseguir fazer a marcha. Se a Justiça cancelar mesmo, vamos ter um grande problema porque muita gente vai aparecer já que não tivemos tempo de avisar", contou.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL452646-5598,00.html

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