Por Eduardo Garcia
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SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - A Bolívia foi dividida ao meio por protestos e bloqueios de estrada na sexta-feira, um dia depois de oito pessoas terem morrido em choques entre adversários e simpatizantes do presidente do país, o esquerdista Evo Morales.
O presidente e o governador de Tarija, que abriga a maior parte das imensas reservas de gás natural do país, acertaram reunir-se na sexta-feira para negociar o fim de quatro dias de confrontação que ainda deixaram dezenas de pessoas feridas.
No entanto, três outros governadores contrários às reformas de cunho socialista defendidas por Morales negaram-se a conversar e culparam o presidente pela onda de violência e pela situação caótica instalada no setor boliviano de gás natural, a maior fonte de receitas do país.
A Bolívia, a nação mais pobre da América do Sul, e os EUA expulsaram os embaixadores um do outro na quinta-feira depois de Morales ter acusado o governo norte-americano de dar apoio aos movimentos da oposição.
Os governadores direitistas do leste boliviano rebelaram-se contra o popular presidente, exigindo autonomia e rejeitando os planos dele sobre reformar a Constituição e distribuir terra para os pobres.
obs. precisa dizer mais alguma coisa? é o país mais pobre da america latina e pelo geito tem muita gente querendo que ele continue assim
O vice-presidente do país, Alvaro Garcia, declarou um período de luto nacional de 24 horas pelas oito mortes ocorridas no Departamento de Pando. A maior parte dos mortos eram agricultores pró-Morales que, segundo o governo, foram assassinados por pessoas ligadas a políticos da oposição.
"Exigimos que esses golpistas mudem de atitude, que obedeçam à lei e que obedeçam à democracia", disse Garcia na noite de quinta-feira.
Segundo o vice-presidente, o governo garantiria a distribuição de energia e comida para todos os bolivianos apesar dos bloqueios nas estradas que estão dificultando o transporte de mercadorias na parte leste do país.
Países vizinhos da Bolívia manifestaram preocupação com a possibilidade de os grupos oposicionistas tentarem depor Morales, que sobreviveu a um referendo de confirmação de mandato realizado em agosto, obtendo então o apoio de 67 por cento dos eleitores.
O dirigente é o primeiro de origem indígena a comandar o país e prometeu realizar uma transformação socialista. A oposição mais acirrada vem da parte mais rica do país (leste), controlada pelas elites descendentes em sua maioria dos europeus.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que faria qualquer coisa para defender Morales, incluindo recorrer à força. Em um gesto de apoio à Bolívia, o líder venezuelano expulsou o embaixador norte-americano de Caracas, gesto que foi seguido por Washington.
A Argentina e o Brasil disseram que não tolerarão qualquer tentativa de golpe contra o governo boliviano e ofereceram mediar as eventuais negociações entre os dois lados em conflito
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