terça-feira, 24 de julho de 2007

Multinacionais financiam o terror em várias partes do mundo

Muito tem se escrito sobre a Colômbia na mídia conservadora, mas sempre na base do samba de uma nota só, ou seja, com informações manipuladas e que geralmente absolvem grupos da elite responsáveis pelo atual estado de coisas em que vive o país. Os exemplos são inúmeros como, por exemplo, fatos relacionados com a Coca-Cola e uma empresa de alimentos chamada Chiquita, que antigamente era conhecida como United Fruit.

Os que conhecem um pouco da história da América Latina sabem que a United Fruit, hoje Chiquita, financiou golpes de Estado e a repressão em vários países. Em 1954, por exemplo, com a ajuda do seu antigo advogado, nada mais nada menos do que o então Secretário de Estado John Foster Dulles e seu irmão, Allen Dulles, sob a coordenação da CIA, derrubaram o presidente eleito da Guatemala, Jacob Arbenz, cujo governo iniciava a Reforma Agrária.

Agora, em 2007, a United Fruit, ou melhor, Chiquita Brands International, acaba de ser multada em 25 milhões de dólares por financiar, de 1997 a 2004, a organização terrorista de ultradireita conhecida pelo nome de Autodefesas Unidas da Colômbia. Foi doado 1,7 milhões de dólares para os 15 mil paramilitares assassinarem e levarem o terror a várias partes do país. Mas o esquema delinqüente da Chiquita na Colômbia e em outros países latino-americanos não pára por aí. Segundo o jornal The Cincinnati Enquirer, o principal periódico da cidade onde se loacaliza a sede da referida empresa, descobriu outras falcatruas. A Chiquita colocou em risco comunidade inteiras ao utilizar pesticidas de alto risco proibidos nos Estados Unidos. Tem mais, ainda segundo o jornal, a ex-United Fruit desalojou toda uma aldeia em Honduras com o uso de pistolas e acabou com a área da aldeia.

Ou seja, tanto o passado quanto o presente condenam a Chiquita, que conta com a boa vontade da mídia conservadora, que, muitas vezes omite as informações que a incriminam.

Fórum Social Mundial boicota a Coca-Cola
Não é só a Chiquita que se inscreve no rol de multinacionais delinqüentes. A Coca-Cola, que os italianos denominam de "ácqua nera del imperialismo" não fica atrás. Em função da série de fatos escabrosos que envolvem a Coca-Cola, o Fórum Social Mundial declarou o último domingo, 22 de julho, como o Dia Internacional contra a bebida. O protesto que, claro, não foi divulgado nestas plagas, teve como objetivo, entre outros, de denunciar a morte de sindicalistas na Colômbia, o financiamento da campanha de George W. Bush e o roubo de terras e água em várias partes do mundo.

Os exemplos de fatos negativos envolvendo a Coca-Cola são vários. O Greenpeace está fazendo, há mais de um ano, uma campanha contra a Coca-Cola no Estado de Kerala, na Índia, por estar contaminando a água de uma aldeia e afetando a população ao distribuir produtos tóxicos aos camponeses dizendo que são fertilizantes. Em maio de 2003, a Autoridade Nacional de Ambiente do Panamá puniu a Coca-Cola por negligência, ao contaminar com corantes a baía do Panamá e o eco-sistema da cidade.

"Acqua nera" financia a repressão contra trabalhadores
Ainda segundo as denúncias que levaram o Fórum Social Mundial a decretar o domingo, 22 de julho, como dia de protesto, a Coca-Cola está ligada a assassinatos, torturas, desaparecimentos, ameaças de morte de sindicalistas e mantém relações com exércitos e organizações paramilitares que defendem seus interesses. Além de assassinatos de trabalhadores na Guatemala, a Coca-Cola é acusada de ajudar a matar dirigentes sindicais na Colômbia. Até trabalhadores da Coca-Cola caíram nas mãos de grupos paramilitares. Em cinco anos foram assassinados nove dirigentes do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Indústria de Alimentos (Sinaltrainal) da Colômbia.

Todas estas mortes são atribuídas a paramilitares com algum tipo de vínculo com a empresa multinacional que é símbolo dos Estados Unidos.

Por estas e muitas outras ao longo dos anos, quando se bebe Coca-Cola não se deve esquecer dos malefícios que as suas representantes ao redor do mundo causam aos trabalhadores, para não falar do mal à saúde do consumidor da bebida. Mas a publicidade diz exatamente o contrário da realidade, ou seja, tenta iludir os incautos e apresentar a Coca-Cola como a bebida que faz bem...

Em suma, você, leitor, tomando conhecimento de todas estas denúncias decide se vai continuar bebendo a "acqua nera del imperialismo" ou fará outro tipo de opção quando estiver com sede.

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