O grupo "Mães de Maio" é formado por centenas de familiares, amigos e amigas das vítimas dos ataques da polícia durante uma das maiores chacinas da história brasileira, os "Crimes de Maio" de 2006. Durante o mês de maio de 2006, em uma suposta resposta ao que se chamou na imprensa de "ataques do PCC", foram assassinadas no mínimo 493 pessoas, entre mortos e desaparecidos. Sendo que a imensa maioria delas - mais de 400 jovens negros, afro-indígena-descendentes e pobres - executados sumariamente pela polícia militar do Estado de São Paulo. Até hoje não houve justiça em relação aos crimes cometidos em 2006, todos os casos foram arquivados.
O filme "Salve Geral", uma produção hollywoodiana sobre os acontecimentos de Maio de 2006, que provavelmente concorrerá ao Oscar no ano que vem, foi produzido sem sequer consultar nenhum parente das vítimas. Com a estréia marcada para hoje, 2 de Outubro, o grupo "Mães de Maio" chama todos e todas para um ato Político-Cultural em frente ao Espaco Unibanco de Cinema em São Paulo. O ato será as 18 horas e a convocação pede para as pessoas levarem velas, tambores, fotos e camisas das vítimas históricas do Estado Brasileiro.
A data 2 de Outubro, marca também outra chacina, em 1992 a Casa de Dentenção Carandiru, onde os agentes do estado promoveram a matança conhecida como "Massacre do Carandiru", que deixou pelo menos 111 mortos (número oficial). O Massacre virou filme, livro e outras formas de mercantilização da desgraça do povo brasileiro. Mas até hoje não houve justiça para os familiares das vítimas e os agentes do estado que participaram do massacre continuam sem serem punidos. A lista de casos como este no Brasil é enorme e a maioria continua sem punição, listamos aqui alguns desses casos: a Chacina da Candelária e de Vigário Geral no Rio de Janeiro (1993), o Massacre de Corumbiara em Rondônia (1995), o Massacre de Eldorado dos Carajás (1996), o Massacre da População de Rua na Praça da Sé em São Paulo (2004), a Chacina da Baixada Fluminense (2005), a chacina do Complexo do Alemão (2007) a chacina de Canabrava, de Plataforma e a matança generalizada em Salvador na Bahia (2006-2009).
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